sábado, 10 de abril de 2010

A RODA DO SOL

É a velha roda do Sol e o sacrifício propiciatório se dirige ao Rei Sol, da mesma forma que sacrifícios humanos e de animais eram oferecidos para a fertilidade da terra. A roda do Sol é uma idéia arcaica, talvez a idéia religiosa mais velha de que se tenha conhecimento. Podemos atribuí-la às era mesolítica e paleolítica, como o provam esculturas da Rodésia. A roda realmente só apareceu na idade do bronze; no paleolítico ainda não fora inventada. A roda do Sol rodesiana parece ser contemporânea de pintura de animais muito naturalísticos, tais como o famoso rinoceronte e os caracaraís, obra-prima de observação. A roda do Sol rodesiana é, portanto, uma visão original, provavelmente a imagem solar arquetípica. Mas tal imagem não é natulaística, pois se encontra sempre dividida em quatro ou oito partes.
Essa esfera de centro dividido é um símbolo que pode ser encontrado ao longo de toda a história da humanidade, bem como nos sonhos dos indivíduos que vivem no mundo atual. Podemos presumir que a invenção da roda originou-se mesmo nesta visão. Muitos de nossos inventos se originam de antecipações mitológicas e de imagens primordiais. A arte da alquimia é a mãe da química moderna. Nossa mentalidade científica partiu da matriz de nossa mente inconsciente.
O homem sobre a roda é a repetição do motivo mitológico grego de Íxion, que por causa de suas ofensas aos homens e aos deuses, fora por Zeus amarrado numa roda que girava sem cessar.
C.G. JUNG proferiu em 1935 na Conferência em Londres (Fundamentos de Psicologia Analítica. 2008 Editora Vozes. 14ª edição. p.34 e 35)

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